A chuva cai suave em Amsterdam. São 14:00 aqui, no Brasil 09:00. Nuvens escuras cobrem o céu. Meu penúltimo dia na Holanda.
Volto ao Brasil. Sorriso e lágrima se misturam. Saudades de todos e de tudo no Brasil, mas minha filhinha Thaís vai ficar aqui na Holanda.
E justo no Dia das Mães, estarei partindo. Como padece um coração materno. E que sentimento mais dolorido é a saudade. Sem tradução, literalmente....
Estou com saudade, ficarei com saudade. E assim a vida vai passando e vamos aprendendo que é inevitável a dor. Lembro da antiga canção : "...quem parte leva a saudade de alguém, que fica chorando de dor..." A gente chora de dor, quem fica chora de dor.
Mas a outra canção diz : "...ter saudades até que é bom, é melhor que caminhar sozinho..." Serve de consolo.
Não tenho opção, escorre mesmo pelos olhos.
Hoje não consigo me expressar. Só pensar . E banhar-me com lágrimas.
Por que eu sou tão sensível assim? Como diria minhas duas filhas: "affffffffff"
sexta-feira, 7 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Não se acostume com o que não o faz feliz...Fernando Pessoa
Que lindo poema de Fernando Pessoa. A gente tem mania de se acostumar com coisas, fatos e pessoas que não nos fazem felizes. Temos que sabe voltar, seguir, recomeçar.
O que não me faz feliz hoje? Boa pergunta, porque não sei a resposta....Vou perguntar para meu coração, quem sabe ele possa ser menos enigmático que minha mente racional...
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
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segunda-feira, 3 de maio de 2010
POEMA DE MANOEL BANDEIRA
Desencanto (Manuel Bandeira)
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
domingo, 2 de maio de 2010
CORAGEM
É preciso coragem. Uma coragem danada. Muita coragem é o que eu preciso. Sinto-me tão desamparada, preciso tanto de proteção...porque parece que sou portadora de uma coisa muito pesada. Sei lá porque escrevo! Que fatalidade é esta? [ Clarice Lispector ]
Como Clarice, aqui estou eu precisando de coragem e também portadora de alguns fardos. Escrevo para aliviar . Eu, que tão corajosa já fui, sinto-me tão frágil, feito um vaso de louça. As lágrimas não me pedem permissão para escorrer. Faço uma força danada para impedir que elas molhem minha face, mas não tem jeito. Elas são mais corajosas. Audaciosas eu diria. E eu aqui, digitando, e as gotinhas espirrando de meu canal lacrimal.
Quis ser forte muito tempo. E corajosa e audaciosa. Cumprir rituais com precisão. Ignorei a minha alma, meu coração. Achei que tudo se resumiria em trabalho, em conquistas, vitórias. Abri mão de ter sonhos e deixei que os sonhos de outras pessoas fossem os meus.
Não me arrependo de ter sido útil, de ter estendido as mãos , de ter sido consoladora, de ter abdicado de mim. Sei que isso tudo foram fases de um processo. Estou sendo conduzida para novas veredas. Mais simples, menos tortuosas. Coloco os pés na trilha , um pouco cambaleante ainda. Tenho medo das encruzilhadas, curvas e declives. Não estou ainda forte para caminhar sem ajuda de um cajado. Mas como canta o poeta... "ando devagar porque já tive pressa..."
Hoje gosto um pouco mais de mim. Imperfeita, hiper sensível, porém, com os pés na estrada. Limpando o entorno das trilhas. Tirando as folhas secas e espinhosas que me impedem de fazer a travessia.
A coragem. Ah... essa às vezes me deixa na mão. Me ludibria. A coragem nos permite fazer escolhas e eu nem sempre estou apta a fazê-las. Carrego indagações sem fim em minha mente.
Sei que sou muito complexa. Queria me simplificar, como uma simplificação em matemática. Ser mais objetiva, menos indecisa, mais confiante, menos questionadora. Mas como transformar uma equação complexa como eu em apenas um resultado de um dígito? Impossível... Continuo equação de segundo grau...
Hoje preciso de coragem, amanhã também , é claro. Mas hoje preciso, porque apareceu um buraquinho no meu coração. E dele está gotejando um sangue que se transforma em lágrimas.
Preciso de um curativo , um band-aid. Nem que seja paliativo, mas que dure até voltar minha coragem...
Como Clarice, aqui estou eu precisando de coragem e também portadora de alguns fardos. Escrevo para aliviar . Eu, que tão corajosa já fui, sinto-me tão frágil, feito um vaso de louça. As lágrimas não me pedem permissão para escorrer. Faço uma força danada para impedir que elas molhem minha face, mas não tem jeito. Elas são mais corajosas. Audaciosas eu diria. E eu aqui, digitando, e as gotinhas espirrando de meu canal lacrimal.
Quis ser forte muito tempo. E corajosa e audaciosa. Cumprir rituais com precisão. Ignorei a minha alma, meu coração. Achei que tudo se resumiria em trabalho, em conquistas, vitórias. Abri mão de ter sonhos e deixei que os sonhos de outras pessoas fossem os meus.
Não me arrependo de ter sido útil, de ter estendido as mãos , de ter sido consoladora, de ter abdicado de mim. Sei que isso tudo foram fases de um processo. Estou sendo conduzida para novas veredas. Mais simples, menos tortuosas. Coloco os pés na trilha , um pouco cambaleante ainda. Tenho medo das encruzilhadas, curvas e declives. Não estou ainda forte para caminhar sem ajuda de um cajado. Mas como canta o poeta... "ando devagar porque já tive pressa..."
Hoje gosto um pouco mais de mim. Imperfeita, hiper sensível, porém, com os pés na estrada. Limpando o entorno das trilhas. Tirando as folhas secas e espinhosas que me impedem de fazer a travessia.
A coragem. Ah... essa às vezes me deixa na mão. Me ludibria. A coragem nos permite fazer escolhas e eu nem sempre estou apta a fazê-las. Carrego indagações sem fim em minha mente.
Sei que sou muito complexa. Queria me simplificar, como uma simplificação em matemática. Ser mais objetiva, menos indecisa, mais confiante, menos questionadora. Mas como transformar uma equação complexa como eu em apenas um resultado de um dígito? Impossível... Continuo equação de segundo grau...
Hoje preciso de coragem, amanhã também , é claro. Mas hoje preciso, porque apareceu um buraquinho no meu coração. E dele está gotejando um sangue que se transforma em lágrimas.
Preciso de um curativo , um band-aid. Nem que seja paliativo, mas que dure até voltar minha coragem...
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