sexta-feira, 30 de novembro de 2007

As máscaras...elas caem

As máscaras sempre caem...se não caem trincam.
O que a gente tem que ser nessa nossa vida é tão menos complexo do que se dita. Precisamos ser gente... desvencilharmos de instintos competitivos .( e tantos outros...)
Talvez tenhamos que ser como aquela figurinha premiada de álbum... diferentes, únicos. E também com alguns propósitos: mais simples, menos complexos, mais humildes, mais sensíveis... Que sejamos vencedores, nem que seja vencer o medo, as mágoas, a dor. E também, sejamos especiais. Invoquemos nossos dons, nossas marcas registradas e que possamos tentar contruir uma sociedade mais justa. ( difícil demaissssss...mais temos que tentar)
Essa coisa de endeusamento e de egoísmo é tão mesquinha. Sem máscaras, sem ceras e vernizes podemos ser mais felizes. Seja com a chuva que goteja em nossos telhados ou com um raio de sol que ilumina nossos sorrisos.
O que realmente importa é muito mais simples que possamos imaginar.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

VAIDADES

....Adoro observar... observar a vaidade humana. Isso me intriga. A vaidade é um sentimento muito mesquinho. Não vou eu dizer que nunca tive...todos nós a incorporamos algumas vezes.
Sentimo-nos vaidosos quando somos os primeiros, quando somos os mais importantes, quando sabemos mais e etc....Quanta hipocrisia.
Ser primeiro ou último, ser isso ou ser aquilo...que diferença faz? O importante e o que realmente conta são os dias bem vividos, a ternura e emoção em nossos atos.
Já percebeu os olhinhos de uma criança que sente fome? São desprovidos de brilho, de entusiasmo. O que é sentir fome? Sentir vontade de fazer uma refeição ? Quem nunca sentiu nunca saberá descrever. Eu não sei, mas compreendo que é cruel. Ver uma criança sentir fome é para mim uma experiência muito dolorosa.
Sentir a discriminação, em nosso dia a dia, eis outra dor que me abala. O que é a cor de minha pele, de meus cabelos, de meus olhos? Me incomoda saber que para muitos isso ainda faz diferença.
Perceber as ilusões consumistas, os devaneios por grifes, por status, sei lá o que mais...
A felicidade não se busca, se sente. E olha que não é em nada material. Felicidade é poder processar o oxigênio nos pulmões, é deixar de lado essa loucura globalizada, com propósitos mercantilistas e viver momentos de pura simplicidade.
Sabe, a cada dia desconheço um pouco de mim e um pouco do mundo. Quando penso que tudo tem solução, e realmente penso assim, aparecem fatos que me fazem questionar e duvidar.
Pessoas que você achava que eram legais, de repente, passam ser inconvenientes , e vice- e-versa....
Porque nossa mente transmuta a cada segundo. Nosso cérebro é um processador inteligente, e nos ajudar a ser seletivos. E com isso, vem o aprendizado.
Quero ser firme e forte como uma rocha, para suportar as vaidades alheias.
Quero também um destino feliz. É isso por hoje...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Minas Gerais

MINAS GERAIS
Só e no mais: sem ti, jamais nunca! — Minas, Minas Gerais, inconfidente, brasileira, paulista, emboaba, lírica e sábia, lendária, épica, mágica, diamantina, aurífera, ferrífera, ferrosa, férrica, balneária, hidromineral, jê, puri, acroá, goitacá, goianá, cafeeira, agrária, barroca, luzia, árcade, alpestre, rupestre, campestre, de el-rei, das minas, do ouro das minas, das pretas minas, negreira, mandingueira, moçambiqueira, conga, dos templos, santeira, quaresmeira, processional, granítica, de ouro em ferro, siderúrgica, calcárea, das pirambeiras, serrana bela, idílica, ilógica, translógica, supralógica, intemporal, interna, leiteira, do leite e da vaca, das artes de Deus, do caos claro, malasarte, conjuradora, adversa ao fácil, tijucana, januária, peluda, baeteira, tapiocana, catrumana, fabril, industriosa, industrial, fria, arcaica, mítica, enigmática, asiática, assombrada, salubre e salutar, assobradada, municipal, municipalíssima, paroquial, marília e heliodora, de pedra sabão, de hematita compacta, da sabedoria, de Borba Gato, Minas joãopinheira, Minas plural, dos horizontes, de terra antiga, das lapas e cavernas, da Gruta de Maquiné, do Homem de Lagoa Santa, de Vila Rica, franciscana, barranqueira, bandoleira, pecuária, retraída, canônica, sertaneja, jagunça, clássica, mariana, claustral, humanista, política, sigilosa, estudiosa, comum, formiga e cigarra, labiríntica, pública e fechada, no alto afundada, toucinheira, metalúrgica, de liteira, mateira, missionária, benta e circuncisa, tropeira, borracheira, mangabeira, comboieira, rural, ladina, citadina, devota, cigana, amealhadora, mineral e intelectual, espiritual, arrieira, boiadeira, urucuiana, cordisburguesa, paraopebana, fluminense-das-velhas, barbacenense, leopoldinense, além-paraibana, itaguarense, curvelana, belorizontina, da ar, do lar, da saudade, doceira, do queijo, do tutu, do milho e do porco, do angu, do frango com quiabo, Minas magra, capioa, enxuta, groteira, garimpeira, sussurrada, sibilada, Minas plenária, imo e âmago, chapadeira, veredeira, zebuzeira, burreira, bovina, vacum, forjadora, nativa, simplíssima, sabida, sem desordem, sem inveja, sem realce, tempestiva, legalista, legal, governista, revoltosa, vaqueira, geralista, generalista, de não navios, de não ver navios, longe do mar, Minas sem mar, Minas em mim: Minas comigo. Minas.


João Guimarães Rosa
Minas Gerais em Ave, Palavra
José Olympio. Rio de Janeiro.1970.

sábado, 20 de outubro de 2007

MEU MAPA ASTRAL...

e não é que a descrição muitas vezes tem a minha cara mesmo....

Fogo (entusiasmo)Equilíbrio - 3 pontos

Você possui a quantidade adequada do elemento fogo em sua personalidade, que está simbolicamente associado ao entusiasmo e à vibração. Isto significa que sabe a hora certa de vestir a camisa do time e comemorar os seus gols, assim como possui na medida certa a paixão pela vida. Nem muito e nem pouco, mas o suficiente para valorizar aqueles momentos coloridos, sem por isso ser vítima de arroubos exagerados. Com este elemento equilibrado, você não corre o risco de cair numa super valorização das coisas e muito menos em uma desvalorização. Por isto, saiba aproveitar o seu potencial, colocando a dose certa de açúcar no bolo e saindo para a festa!
Terra (praticidade)Carência - 2 pontos
Se você tem aspirações e ideais, deve saber o quanto é importante trazê-los à terra e realizá-los. Acontece que, com tão pouca terra em seu mapa, fica lhe faltando a consistência e o senso prático necessários. É importante não esquecer que vivemos em um mundo material e desprezar ou ignorar esta realidade é negar uma parte de nossa natureza. Cuidado para não perder a noção da realidade! Desenvolva mais em você a coerência e dê mais atenção às coisas práticas da vida. É através de bases sólidas que você poderá construir o que deseja!
Ar (pensamento)Carência - 2 pontos
Uma das suas maiores dificuldades é lidar e compreender o universo do pensamento e o mundo das idéias, o que causa dificuldades na hora de racionalizar as coisas e apresentar soluções para os problemas. Procure estimular mais o seu intelecto, através de leituras e sociabilizando mais as suas idéias, afinal a nossa capacidade de pensar e de entender as coisas de maneira mais lógica é um trunfo muito valioso. Todas as vezes que a vida lhe apresentar situações difíceis, em vez de só reagir pela emoção, pelo entusiasmo ou pela praticidade, procure parar e pensar mais sobre o assunto. Certamente, se você se exercitar, poderá encontrar saídas mais racionais e lógicas, sem tanta dificuldade.
Água (emoção)Excesso - 5 pontos
Você não tem a menor dificuldade em deixar o seu sentimento rolar, permitir que ele tome conta e transborde em seu coração, mesmo quando corre o risco de ser afogado por eles. Grande parte da sua compreensão do mundo é baseada nas emoções e, sem elas, você sente a vida desprovida de qualquer encanto. A capacidade de deixar os sentimentos virem à tona é uma das suas grandes forças, mas cuidado com as enchentes! Sinta com toda a sua intensidade, mas não deixe que isto turve sua visão para os outros setores do seu cotidiano.O que significam os ritmos? Além de estarem associados aos elementos da natureza, os signos também se correspondem a outras três qualidades, de acordo com a sua posição no Zodíaco: eles podem ser fixos, impulsivos ou mutáveis. Também contaremos, aqui, quantos pontos você tem em cada uma destas qualidades e o que isto tem a dizer do seu temperamento.

Impulsivo: Àries, Câncer, Libra e Capricórnio.

Fixo: Touro, Leão, Escorpião e Aquário.

Mutável: Gêmeos, Virgem, Sagitário e PeixesPontos:

Carência: Menos de 4 pontos

Equilíbrio: 4 pontos

Excesso: Mais de 4 pontosNo seu mapa, os ritmos se apresentam da seguinte forma:

Impulsivo Carência - 2 pontos

Se há uma coisa que você precisa é uma boa dose de energia e impulso para começar e arriscar no novo. Não tenha tanto medo de se lançar ao mar e viver uma aventura, ainda que se corra certo risco. Vá mais à frente, ouse, arrisque e não detenha todos os seus barcos por segurança. Pelo menos uma vez em cada semestre se permita agir por impulso, sem medos, com coragem e ousadia.

Fixo Carência - 3 pontos

Uma das coisas que você mais precisa aprender para estar equilibrado é dar continuidade àquilo que começou, porque tudo no mundo precisa de um enraizamento para estar firme. Você pretende só dar início às coisas ou ficar pulando de galho em galho sem segurar nem conservar nada em sua vida? Como dica, procure persistir mais, agarrar mais as coisas e não desistir ao primeiro obstáculo. Seja mais consistente e teimoso, tentando fixá-las e conservá-las por mais tempo.

Mutável Excesso - 7 pontos

Você possui uma capacidade acima da média para modificar as coisas que já não estão lhe satisfazendo. Readaptar, provocar modificações, ser maleável e flexível são palavras bastante familiares à sua natureza e ainda por cima têm um excelente poder de associação, juntando fatos e idéias. Aproveite essa sua capacidade para reciclar aquelas áreas da sua vida que já não estão mais funcionando bem, sejam elas afetivas, profissionais, financeiras ou de qualquer outra ordem.

Sol em Peixes
A consciência pisciana é sutil e sensível. Sem se deter em ponto nenhum, ela capta a impressão geral das situações. Dono de uma mente maleável, você ajusta a visão e o foco dependendo de cada momento, como a lente de um fotógrafo. Você tem a clareza de enxergar poeticidade em momentos que podem até parecer banais para os outros. Para não ficar tateando no escuro, é importante não perder o sentido do Sagrado na sua vida, pois é através de sua Fé que você brilha.
Lua em Leão
Para sentir-se emocionalmente nutrido, você precisa de calor, entusiasmo e vibração em sua vida. É de alegria e brilho que os seus sonhos e o encanto que vê no mundo são vestidos. Para não se sentir ferido e desamparado, nunca perca de vista o seus valores mais íntimos, sem deixar-se vencer pelos monstros do ego e do orgulho.
Ascendente em Peixes
Para orientar-se e acender novamente a sua chama, você utiliza os conceitos simbolizados pelo seu signo ascendente. Em Peixes, você precisa do desapego e da entrega como alavancas para atingir o máximo de si mesmo. A Fé é o seu primeiro impulso e, longe dela, as coisas perdem o sentido e você acaba perdido. Nunca se afaste do Sagrado! Para orientar-se, entre em sintonia com a sua caridade, sensibilidade e intuição.

sábado, 13 de outubro de 2007

FAMÍLIA II

E estou numa fase de carência de colo de mãe e de pai... De amor fraternal e uníssono que tenho pelos meus irmãos.
Circunstancialmente, nesse final de semana, não pude ficar o tempo que queria com meus pais e irmãos...
Dá um nozinho na garganta.Sinto tanta falta.....
Mas pude estar no sítio de meus pais. Impregnar-me do prana daquele lugar sagrado...
Fiquei olhando aquele horizonte bonito, aquela imensidão de passarinhos ...e dei um suspiro... Sei lá se dor,
se de emoção...
Olho para meu pai, que completou 75 anos esse mês, e também para minha mãe (que não posso divulgar a idade) ...e queria tanto protegê-los mais, acarinhá-los mais.
Queria mostar mais que os amo muito. Queria ficar ao lado deles, sair com eles, passear com eles. Como dói não poder fazer isso...
Olho para minha irmã Wal, a verdadeira guerreira, sem esteriótipos e sinto naqueles olhinhos( apertadinhos, meio que de indiazinha...) , um amor tão real, uma força tão sobrenatual....;
Quisera eu ser forte como ela. Mas ela é incomparável e nunca terei a iluminação que ela tem... Quem sabe em outra dimensão...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

FAMÍLIA

Hoje quero falar de pessoas simples, pessoas sensatas e que souberam conduzir com maestria
uma turminha de 5 pessoinhas geniosas.... mas todas legais (meus irmãos e eu...)...
São meus pais.
Minha mãe sempre diz que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura....
E não é que é isso mesmo...
Meu pai é aquele ícone de honestidade, sinceridade, sabedoria. Fez 75 anos dia 01/10. Desde
que me entendo por gente, meu pai lê diariamente "O Estado de São Paulo". Quando eu
era criança, sentia ciúme do jornal.... muitas vezes queria esconder o jornal dele...
É uma pessoa cheia de princípios, de equilíbrio, de sensatez. Me dá um orgulho danado
ser filha dele.
Minha mãe é um ícone da doçura, simplicidade, paciência e persistência. Tem a voz
mais aveludada que conheço e a maior sensibilidade que já percebi ...Ela ficava
corrigindo provas dos alunos e eu ficava doida para dar um fim naquelas provas e naqueles
alunos que consumiam a energia dela....
Ela é dócil, equilibrada, serena...e consegue mostrar prá gente que a vida vale a pena
(além de fazer o melhor pão de queijo do UNIVERSO)
Se eu fosse escrever tudo que meu pai e minha mãe representam, estaria condenada a
ficar eternamente digitando. Pai e mãe, vocês são tudo.... são minhas referências,
são meus ícones, minha força, são a transcrição de minhas percepções. Acho que
nem preciso falar que amo vocês.... é notório...mas vale redundar... AMO VOCÊS!!!
Quanto as pessoinhas , os 5 geniososinhos.... Ah... desses falo depois.
\\\\\senão vai ficar nítido que sou muito coruja, muito sei lá o que.... mas , no
próximo capítulo, começo a descrever esses irmãos que amo!!!!
Um final de semana feliz para todos nós... amanhã vai ser melhor que hoje,
que foi melhor que ontem e assim vamos!

domingo, 23 de setembro de 2007

REPÚBLICA DO PÃO DE QUEIJO

I- COMO SURGIU A IGUARIA
Em meados do século 18, as escravas costumavam fazer biscoitos de polvilho para servir aos senhores. Na época, a produção leiteira em Minas Gerais era grande e, para não desperdiçar o leite, elas faziam queijo. Com o tempo, começaram a ralar o queijo e a acrescentá-lo à massa dos biscoitos. Assim surgiu o pão de queijo. De lá para cá, a mais mineira das iguarias deixou o universo da cozinha dos grandes senhores para se tornar uma mercadoria industrial de exportação.

II- PÃO DE QUEIJO EM OUTROS ESTADOS
Já comi pão de queijo em vários estados. Uma calamidade. Horríveis, parecem um elástico, sem sabor de queijo. Melhor seria se comprassem os congelados made in Minas, a se atreverem a desvirtuar nossa iguaria mais tradicional.
Mas fazer o quê né.... Lembro-me de uns parentes paulistas que vinham para Poço Fundo nas férias e minha mãe era intimada a fazer pão de queijo para eles... Uma vez que, segundo diziam, nunca haviam comido nada parecido. Nem eu.... o pão de queijo que minha mãe faz é sem explicação...bom demais.
Eu nunca nem me atrevo a fazer, porque me arrepio com polvilho. Tem que "sovar" o polvilho com as mãos, e só de tocar no pacote de polvilho sinto urticária. Até que tentei uma vez, quando morava em São Paulo, me atrever na receita. Nossa... virou uma receita de "concreto", como disse meu marido. Ele disse que eu teria que passar a receita para engenheiros, porque nem concreto seria tão resistente quanto o meu pão de queijo. Na verdade, cada bolinha dessa seria uma arma potente...poderia até patentear essa invenção...
Desde então não me atrevo. Uso os congelados da "Forno de Minas". Muito bons , apesar de nem chegarem aos pés dos que a minha mãe faz.
III- Pão de queijo com Linguiça na "Vaquinha"

Quando vou a BH ou Pará de Minas, indispensável para na "Vaquinha" . Lá tem iguarias mineiras quentinhas, deliciosas.... Empada de queijo, pasteizinhos... e ...claro, pão de queijo com linguiça.
Muito bom. Lá você pode também comprar verduras orgânicas, queijos, muito bom.
E o pão de queijo deve ter a receita parecida com o de minha mãe.

A receita de minha mãe passo depois. Fique primeiro com água na boca. Vou agora saborear um...

Mas antes, de novo Guimarães:
GOSTO DE BRASILOrgulho mineiro, por um gênio das letras"Nosso não será o petróleo tanto assim. Nossos, bem nossos, são o doce de leite e o desfiado de carne seca. Meu - perdoem-me - é aquele prato mineiro verdadeiramente principal. Guisado de frango com quiabos e abóbora-d’água (ad libitum o jiló) e angu, prato em aquarela, deslizando viscoso como a vida mesma, mas pingante de pimenta. Sem esquecer os doces, à frente os de calda, que não convém deixem de ser orgulho próprio e um dos pequenos substratos do bem-querer à pátria e do não desentender a nação"Guimarães Rosa

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

GUIMARÃES ROSA

Minha alma mineira, de longa memória é mesmo escorregadia, como diz Rosa . Detesto as cascas , tudo tem que estar provido de conteúdo. E isso me faz enigmática (ainda bem). Não quero ser de outro jeito. O mar também está em mim, pois meus pensamentos são como ondas, minhas emoções como as montanhas. Isso é o sertão, que está dentro de mim. É minha auto-escalação para as montanhas que são meus pensamentos .... Por isso tudo, reverencio Guimarães Rosa, e prossigo com alguns fragmentos de sua obra:



"O mineiro é velhíssimo. Tem a memória longa.Ele escorrega para cima. Só quer o essencial , não as cascas.Sempre freqüentado pelo enigma, retalha o enigma em pedacinhos ...Sempre assim foi. Ares e modos. Assim seja.Minas sem mar. Minas em mim."

"Minas é uma montanha, montanhas, o espaço erguido, a constante emergência , a verticalidade esconsa, o esforço estático: a suspensa região - que se escala. "


SERTÃO
Guimarães Rosa*
"O senhor vê aonde é o SERTÃO? (...)".
"O senhor tolere: isto é o SERTÃO.
Uns querem que não seja: que situado
Sertão é por os campos-gerais a fora a dentro,
eles dizem, fim de rumo,
terras altas, demais do URUCUIA. (...).
LUGAR SERTÃO SE DIVULGA:
é onde os pastos carecem de fechos;
onde um pode torar dez, quinze léguas,
sem topar com casa de morador;
e onde criminoso vive seu cristo-jesus,
arredado do arrocho de autoridade".
"(...). Sertão é o sozinho. (...)".
"(...). Jagunço é o Sertão. (...).
O Sertão tem medo de tudo (...)".
"O senhor sabe: Sertão é onde manda quem é forte (...).
Deus mesmo, quando vier, que venha armado!".
".... o Sertão se sabe só por alto (...)".
"(...). Sertão velho de idades. (...).
Sertão que se alteia e se abaixa (...)".
"(...). Sertão é onde o pensamento da gente
se forma mais forte do que o poder do lugar (...)".
"‘ – O senhor não é do Sertão. Não é da terra...’".
"...no centro do Sertão, o que é doideira às vezes

pode ser a razão mais certa e de mais juízo! (...).
Sertão é isto: o senhor empurra para trás,
mas de repente ele volta a rodear o senhor dos lados.
Sertão é quando menos se espera (...) ".
"O Sertão aceita todos os nomes:
AQUI É O GERAIS,
lá é o Chapadão, lá acolá é a Caatinga (...)".
"‘ – O SERTÃO É BOM.
Tudo aqui é perdido.
Tudo aqui é achado (...)’".
"No Sertão até enterro simples é festa".
"(...). Sertão foi feito é para ser sempre assim:
alegrias (...)".
"Ah, tempo de jagunço tinha mesmo que acabar,
cidade acaba com o Sertão.
Acaba?".
"... só se sai do Sertão é tomando conta dele a dentro...".
"O Sertão não tem janelas nem portas. (...);
O Sertão está em toda parte,(...);
o Sertão é do tamanho do mundo, (...).
SERTÃO: é dentro da gente".

NO REINO MÁGICO DE DINO

Essa estorinha que incio hoje, dedico especialmente à minha irmã Wal e ao meu irmão Luisinho... .Não é para rir não viu , é muito triste.Lembrando vocês dois que continuo ocupando meu cargo de Mor! Esclareço que alguns nomes foram trocados para preservar a identidade dos envolvidos.




CAPÍTULO I - O PERFUME
Em um reino muito distante, situado em uma verde colina, viviam felizes três irmãozinhos: Dino, Túlia e Júlio.
Nesse reino havia um poço mágico, muito profundo, de onde exalava os perfumes mais suaves do planeta.
Os irmãozinhos eram tão privilegiados, pois eles, apenas eles é que podiam incorporar em suas auras aqueles
aromas sutis...E isso foi motivo de muita inveja e ciúme por parte da população do reino, pois todos queriam
um toque do perfume, mas não conseguiam nem ao menos chegar perto do poço.
Intrigados com o fato, vários cientistas, magos e bruxas do reino começaram a analisar as razões pelas quais o perfume só
impregnava nos irmãozinhos. Será magia wicca que eles usam? Perguntava o mago... Será que eles possuem algumas células
geneticamente modificadas? Questionava o sábio cientista... Enfim, questionamentos, dúvidas e hipóteses eram formuladas em torno
dos irmãos, mais conhecidos no Reino como a família Dino, já que esse era o primogênito e o que mais impregnava os aromas do
poço.
As crianças eram órfãs, e isso fez com que elas, desde muito jovens, tivessem que trabalhar e conseguir manter o lar, em
perfeita harmonia e equilíbrio. Mesmo pequenos, eles sabiam da importância da limpeza da casa, dos estudos, enfim,
mesmo sem muito dinheiro, vestiam-se com roupas limpinhas, eram muito agradáveis e gentis.
Mas, como disse anteriormente, o mistério ainda rondava.... O sutil perfume continuava presente nas crianças.
O tempo foi passando e as crianças crescendo, mas sempre sendo alvo das atenções do reino. Por que tanto perfume?
O reino todo já não se continha mais de curiosidade.

Por hoje é só.... quem sabe, quando acordar inspirada de novo, continuo a estorinha.

Lembro a vocês, Wal e Luisinho, que ficam tentando destituir-me do cargo Mor, que não façam isso, por favor.
Sou a mais velha e vocês precisam ser mais obedientes, senão, não revelarei o restante dos segredos para vocês.
É apenas um alerta viu crianças. Um dia , quem sabe, vocês atinjam o grau de elevação que consegui. Mas vocês
dois sabem que tive que estudar muito, vasculhar a história para ter as revelações transcritas em meu cérebro.
Saibam também que, apesar de termos os laços hereditários que nos unem, fui escolhida , pelos nossos antepassados,
para preservar esse mistério e revelá-lo para alguns poucos escolhidos. Mas vocês estão se saindo bem, muito bem.
Não sei se é porque eu sou uma boa mestra ou porque vocês têm sido aplicados. Esforcem-se, continuem trilhando
os caminhos que lhes ensinei. Vocês chegarão à maestria. Mas por enquanto, são discípulos e me devem obediência.

Outro recadinho, já que não temos tempo para conversar:
Luisinho, pare de ensinar as ténicas para o bebê. Ele é muito novinho ainda para ser iniciado. Calma...
E você Wal, não queira também que a Isabella seja iniciada antes do tempo. Quanto ao Du, você
já pode passar algumas informações básicas. Busque o momento certo para instruí-lo. Não vá
pensando que ele vai aprender tudo, de uma vez. Fique calma... demora um pouco, mas depois
que aprende...pronto. Nunca mais esquece e fica incorporado junto a cadeia de DNA. Daí pronto!

É isso meus queridos! Deus abençõe vocês...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

CONCEIÇÃO DO RIO VERDE

Morei em Conceição do Rio Verde de 2001 a 2003. Sinto muitas saudades da cidade, do povo hospitaleiro e das grandes amizades que fiz por lá.
Não posso nem citar nomes, pois seria injusta , mas uma pessoa em especial tenho que reverenciar, pois ela é um ícone , uma pessoa verdadeira e transparente que transcende a maioria das pessoas com as quais convivi. Me perdoem todas as outras pessoas, que também amo e admiro, mas Marta Maria , você é especial!
Estou em uma fase nostalgica em minha vida e fiquei lembrando o meu primeiro dia em Conceição . Hospedada na Pousada 46 , longe da família e com uma nova grande missão pela frente. Mas foi a melhor experiência profissional e pessoal que já tive. Tudo conspirou em meu favor...meus colegas, o povo conceiçoense, a cidade, o clima, enfim... a saudade muitas vezes bate forte!
Não esqueço quando provei, pela primeira vez, a água mineral GASOSA da fonte. Gente, que que é isso... eu, mineira enraizada, nunca tinha tomado água gasosa da fonte. E foi daí que surgiu minha predileção por água gasosa ( bem grifado, por favor), DA FONTE. Isso aconteceu exatamente em Águas de Contendas, distrito de Conceição do Rio Verde.
Passou a ser um ritual, todos os domingos ir ao Parque das Águas de Contendas buscar a água gasosa. O mais gostoso era abaixar-me para colocar no copo a água borbulhante de gás , gelada e refrescante... Hum....não tem preço!!
A gente vai se tornando cada dia mais escravo do tempo, complementa os dias com um sem número de atividades, de nossos compromissos e deixa para trás um tempo lindo, cheio de emoções verdadeiras, repletas de sutilezas. Mas que bom que pude vivê-las!!!!
Mas qualquer dia vou em Conceição, ficar o dia todo lá. Refrescar-me com as águas minerais e reviver tempos que estão em slides em minha mente....
E para quem nunc provou dessa água, não sabe realmente o que está perdendo.... Só que na água tem uma poção mágica... Depois que você toma, eternamente vai querer tomar e voltar a sua fonte... voltar a sempre querida Conceição do Rio Verde!!!!.

domingo, 16 de setembro de 2007

Uai, sô!

Origens
Como todas as línguas que, ao se desenvolverem no interior de um continente, perdem as influências da matriz, o português de Minas Gerais se distanciou do "S" alveodental carioca, que foi legado direto de Portugal, das vibrantes e líquidas dos paulistas que, foram legadas da Itália, e do "cantado" baiano, legado de inúmeros dialetos africanos. Resultou daí que, uma vez distante de tais influxos colonialistas, o mineiro inventou um jeito próprio de falar, regido basicamente pela preguiça. O mesmo fenômeno pode ser percebido na língua Inglesa na Inglaterra, onde nas terras centrais das Midlands, alguém mais desavisado ao ouvir o Inglês de York Sure pensara ter chegado em algum país da Europa Central. O mesmo acontece com os mineiros: engolem letras, com preguiça de dizer o resto, possuem inflexões assustadoras e gírias absolutamente locais, mas a frase ganha em economia e sonoridade, e, claro, incompreensibilidade.
O Mineirês é facilmente reconhecivel por quem fala português (muito embora não entenda o que está sendo dito), e só sabe falar mineirês quem é mineiro. Uma interjeição foi legada da Inglaterra quando do governo de Pedro II, no expansionismo ferroviário brasileiro: com a Inglaterra sempre presente na implantação dos trens em Minas Gerais, o interrogativo "Why?" passou a ser falado como "Uai!" no mesmo sentido de "por que?", mas como interjeição. Se você reparar bem ao ouvir mineirês autêntico, poderá substituir os uai por interjeições de "por que?". Outro legado anglosaxão foi a própria palavra "train" que passou a figurar como "trem", uma idéia de qualquer amontoado de coisas (trem de pouso, trem de ferro, trem de doido).
As regras do uso da preguiça para cortar as palavras se assemelha a regra inglesa no interior da ilha: por exemplo, a frase inglesa "Do not forget to put on your flat cap", típica de York Sure, é normalmente falada com o som de "du no fogoh tu pa ton io fla ca", tal como as reduções do mineirês, o que deixa desesperados aqueles que achavam que sabiam falar inglês só torcendo a língua como os americanos. Esquisitamente, a mesma frase em ingles é falada em Minas Gerais com sotaque de Brighton, a terra da Rainha, na versão "Do Not forget to put on THY flat cap". Isso é principalmente devido as inúmeras escolinhas caras de inglês para menininhas e menininhos metidinhos que acham que sabem inglês até cairem na real.
[editar] Estrutura falatorial/linguística - o diminutismo do mineirês
Além da regra da preguiça fonética (o ato de cortar palavras), e com exceção do vocabulário elementar da língua (que será visto logo abaixo), o mineirês costuma se caracterizar pelo largo uso da regra do diminutismo, também chamada de diminutização prosal. De acordo com tal regra, toda palavra que admitir seu uso no diminutivo será usada no diminutivo, sem exceções.
Exemplos de diminutismo:
Quéu'ma carninha? = Quer um pedaço de carne?
Peg' lá u'copim procê = Pegue um copo para você
Qué dáua volta no carrim? = Quer dar uma volta no meu carro?
Põe log'es chinelu, mininim = Ponha logo esse chinelo, menino
Por esse diminutivo no minerês existe uma alteração da regra gramatical não existindo o gerúndio, sendo substituido pelo gerûno.
Exemplos de gerûno:
Andâno = Andando
Falâno = Falando
Cantâno = Cantando
[editar] Vocabulário Elementar
"CÚ DO ZÉ ESTEVU"O Mineiro tem o estranho hábito de dizer que está no cú do dito cujo, para expressar que está ferrado! -"Nossa sô! O Jão lá da venda tá no cú do zé estevu, tá devendu até as prega nus bancu!"
[editar] Apresentações
Cuméquecêchama? = Qual o seu nome?
Doncêé? = De onde você é?
Oncêmor = Onde você mora?
Proncêvai? = Pra onde você vai?
[editar] Cumprimentos
Dia! = Bom dia
Tardi! = Boa tarde
Noiti! = Boa noite
Inté = Até logo
Bença (ou Bênçu) = A benção, minha mãe (ou meu pai).
Dêsabençôi (ou Dêstibençôi) = Que Deus te abençôe, meu Filho(a).
[editar] Pedindo Informações
Onquié = onde que é?
Onkiotô? = onde estou?
Pronkiovô? = para onde devo ir?
Logali (Logo ali) = fica a uns trinta quilômetros, mais ou menos
Dexovê (deixa eu ver) = não tenho a mínima idéia
Tremdifer = trem
Trem = qualquer coisa cujo nome a pessoa ignora, esqueceu ou acha que você é burro demais para conhecer ou entender.
Oncêtá? = Onde você está?
Prônostam'ínu = para onde nos estamos indo?
Cessaciessionbspasnasavás? (escreve-se: Cê-ças'sses'onz-pass'avas?)(em versão avançada, Essonbspassaváss?) = Você sabe se esse ônibus passa na Savassi?
Ondéopondiônbz? = Onde é o ponto de ônibus?
Cantazóra? = "Quantas horas?" (em português: "Quanto atrasado estou?").
[editar] Lugares
Tidiguerra = tiro de guerra
Pondiõnbs = ponto de onibus
Ponditáks = ponto de táxi
Berádurii = próximo ao rio
Meidapráss = meio da praça
Badaponti = de baixo da ponte
Tradaserra = atrás da serra
Ruditrais = rua de trás
Rudumeii = rua do meio
[editar] Fazendo Compras

Quêjo prus minêro é qui nem arroiz pro japonêis.
Quanté ? = quanto custa?
Derear = Dez Reais
Baratim = (deixa ver se eu adivinho quanto esse otário está disposto a pagar)
Lidilêi = litro de leite
Kidicár = kilo de carne
Mastumá = massa de tomate
Pincumél = pinga com mel
Vidiperfumi = vidro de perfume
Pasdidenti = dentifrício
Iscôdidente = escova de dente
Mascote = sanduíche
Cadizopô = caixa de isopor
Gra´d cerveja = engradado de cerveja
[editar] A família
meu fii = meu filho
meu tchi = meu tio
m'ia muié = minha esposa
m'ia amiga = minha amante
mermão = meu irmão
[editar] O Tempo
trudia = outro dia
Antonte = antes de ontem
transantonte =a três dias atrás
Ansdionti = antes de ontem
Séssetembro = sete de setembro
Sápassado = sabado passado
Sêsquivem = sexta que vêm
Quióração = Que horas são?
Tá cum jeidi chuva = (cansei dessa conversa besta e vou embora)
Quánahora = quase na hora
É rapidim = vai demorar algumas horas ainda
[editar] Conversa informal
Ê trem bão = Gostei disso
Vai cagá di morro abaixo pra vê a bosta rolá = A pior e mais definitiva ofensa que se pode dizer a uma pessoa
Nossinhora = nossa senhora ('Nuss' em minerês avançado...)
Credeuspai = meu Deus!
Vixxxxxxx = Interjeição mineira de concordância ou espanto.
Doidimais = doido demais
Oncotô = onde eu me encontro por favor, estou meio perdido hoje...
Pópopoquin = pode colocar mais um pouco...
Oiuchero = olha o cheiro
Óssócêvê = olhe só para você ver
Tissodaí = tira isso daí
Cê num some não = pode tirar o cavalinho da chuva OU "o que que esse imbecil tá achando que é?"
Fiédazunha = Xingamento equivalente ao de baixo
Filé da puta = impressionante, grande, excepcional
Cê é muito feladaputa mermo, né?" = você é uma pessoa divertida, gosto de você
Uai = interjeição mineira de espanto: uai é uai, uai!
Nó = Nossa Sinhora, Mãe do Céu, Ave Maria!
Nú = Nossa Senhora Aparecida do Perpétuo Socorro
Nusga = Nossa Senhora Aparecida do Perpétuo Socorro Mãe de Deus e dos Pecadores
Né = Não é mesmo?
Bão tamém! = com certeza, concordo com você OU ENTÃO "deixa eu ficar quieto para ninguém ver que eu falei besteira".
Bora? = vamos embora?
sucêfôeuvô = se você for eu vou
tô atrais do cê = vai primeiro, que vou depois
Bora = e lá vamos nós!
Faznão = Não faça isso.
Bagarai = Pra Caralho.
Padaná = idem ao anterior
[editar] Dentro de casa
Dendapia = dentro da pia
Tápuraí = procura que você acha, seu preguiçoso
Badapia = debaixo da pia
Tradaporta = atras da porta
Badacama = debaixo da cama
Denduforno = dentro do forno
[editar] Cidades
Arfena = Alfenas
Babacena = Barbacena (uma das meno da roça, inte que o pessoal lá num fala "Babacena" naum... eles fala direitim)
Baité = Abaeté
Belzonti = Belo Horizonte
Beraba = Uberaba
Berlândia = Uberlândia
Betioga = Ibertioga
Birité = Ibirité
Bordamata = Borda da Mata
Bostadaraguari = Araguari
Cambuquirrr = Cambuquira [broto de abóbora"brotiabóbra"]=Cidade que tem a meió árga minerá cum gáis du Brasil e dasámérica UAI!!
Contaji = roça do pé vermelho
Contagedasabróba = Centro de Contagem
Conselei Lafaeti = (Conselheiro Lafaiete)= O Paraíso dos pobres soberbas
Divinóps = Divinópolis
Fernandóps = Fernandópolis (in SumPaulu - duladindi Turama)
Jizdifora = Juiz de Fora (aquela cidade que fica lá no RIDIJANERO).
Monsclars = Montes Claros
O'preto = Ouro Preto
Padiminas = Patos de Minas
Patinga = Ipatinga
Patucino = Patrocínio
Pósdicarda = Poços de Caldas
Pôzalégri = Pouso Alegre
Sãjãodér Rei = São João Del Rey
Sâns Dumôn = terra dos gay
Sãtumaiz = São Tomáz de Aquino
Sélagoa = Sete Lagoas
Tajubá = Itajubá
Taúna = Itaúna
Tchó Flotoni = Teófilo Otoni
Têscoração = Três Corações
Tuitaba = Ituiutaba
Turama = Iturama
Valadárs = Governador Valadares
[editar] Localidades em Belo Horizonte (uns lugá di Belzonte)
Prasdaliberdade = Praça da Liberdade
Rugoiais = rua Goias
Ruduminduim = rua do Amendoim
Prásdupapa = Praça do Papa
Prástação = Praça da Estação
Palassdazarte = Palácio das Artes
Palassduguvernu = Palácio da Liberdade
Venidamazons = Avenida Amazonas
Veniduzandrada = Avenida dos Andradas
Viisprés = Via Expressa
Saváss = Savassi
[editar] Termos característicos
Foirgo = fôlego.
Tonto(a) / Loncho / Bicudu = Pessoa Bêbada.
Dêdiprósa = Dedo de prosa = Também conhecido como papo, conversa.
Cadê? = Quédê - onde está? onde fica? para onde foi? (alguma coisa assim)
Golim = pequena porção de líquido - Tomá um golim!
Fórfi = fósforo.
Córgu = riacho - Fumu nadá nu cóirgo lá na roça!
Cascô fora = "vazô na braquiara" = "rachô no cabirová" = fugiu - cascô fora na hora da briga!
Friagi = frio intenso.
Núvia = nuvem.
Deuso = Deus.
Passarin Prêtu = ave de cor negra.
Bandibicha = torcida do zêro/galo
[editar] Vocabulário Avançado
Trem = palavra coringa (ou Substantivo Indefinido), que pode ser usada para substituir qualquer outro substantivo concreto ou abstrato (exceto quando for meio de transporte de via férrea, neste caso é troço)
Saudadocê = Saudade de você?
Pópôpó = pode pôr pó?
Pópô = pode pôr
Nossinhóradábadia = Nossa Senhora da Abadia
macarrão áiói = macarrão alho óleo
Vôlivoltogurinhamess" = vou ali e volto daqui a pouco.
Vamuintrápradentu = Vamos entrar para dentro.
Udisgramáleu úbiêti = O filho de uma pura mãe leu a mensagem que era só para você ler.
Pábosfissô = "Eu não estou entendendo, professor".
Dizamãe = a mãe sempre fala que...
Lánacadavó = Na casa de minha avó.
Módiviola = Moda de viola ou muscão.
Vôdibiscréta = Eu vou de bicicleta.
Tijãocordôcedim = O tio João acordou cedinho.
Dinterimbebim = Passei o dia inteirim bebado.
Ôtijãocordôcedim = Hoje tio João acordou cedinho.
Patingaumtuitabaum = Ipatinga 1 x 1 Ituiutaba.
Iscutanrádio = ouvindo a emissora de rádio.
Usei o psicológico = frase dita para explicar como um mineiro se safa de uma confusão.
Racheinocabirová = fugi.
Gólindipinga = golinho de pinga.
Espenskuonsédes = Eles Pensam que o Onibus é deles.
Elissiskeceru = Eles se esquecem
Acámifia = Olha aqui minha filha
Tôtontim = Estou tontinho(a) - não importa o gênero.
Tôtontimdísono = Estou com muito sono.
UcêmáisTumazinhudânçanu = Você com o Tomázinho dançando.
Rachei us bico ! = ri demais.
Tô na Broca ! = Estou morrendo de fome.
Tôgarrádo = Podes ter a certeza que vou.
Nénf'deno = Mas de forma alguma, cavalheiro.
Precisscoveçacocê = Preciso conversar com você
Muntei no 18 = Saiu correndo
Ondéquepatingatá? = Calma, não pense isso!, tradução: Onde fica ipatinga?
Decedo = Ainda é cedo vou fazer café e aqui não tem pão véio não viu.
Num é dival = Não é válido
Arreda pra lá = Chega pra lá.
Xepracá = Vem pra perto de mim

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O OURO TIRADO DAS MINAS


Curiosa que sou, aproveitei o feriado de hoje em Machado e fui pesquisar o Ciclo do Ouro
em Minas Gerais.


Interessante é que foram os índios que contavam lendas aos portugueses, dizendo que existia uma terra
distante e mágica, de onde brotava ouro e pedras de magníficas cores . Os índios chamavam esse local de
Sabarabuçu e , é claro, a ambição desmedida dos colonizadores fez com que as "bandeiras" fossem
se organizando a procura do "Eldorado" narrado nas lendas indígenas.
E os índios tinham razão... descobriu-se o Eldorado, no final do século XVII e a grande corrida de
pessoas para a região .
Mas o que me chamou a atenção, (nunca tinha feito a conta na ponta do lápis), é o que representou
em termos monetários todo esse ouro , que se evaporou do Brasil e foi indispensável para colocar
em destaque econômico a Inglaterra e até mesmo Portugal ( já que lá não existe a miséria daqui...)
Em 67 anos de exploração, os portugueses conseguiram retirar das "minas gerais" 44.940 kg
de ouro ( esse é o número "oficial", sabemos que muito mais ouro foi retirado das minas...).
Isso, se convertido na cotação atual da grama do metal corresponde a exatamente
1.999.830.000,00... isso mesmo : um trilhão, novecentos e noventa e nove milhões, oitocentos ए trinta mil reais, ou seja, EXATAMENTE o PIB do Brasil, que é 1,9 trilhão.
Dá para acreditar que o correspondente ao nosso PIB foi retirado de nossas terras, nos idos de
1.700 e levado para a Europa?
E hoje , os países que levaram nosso ouro, são grandes potências, onde a miséria, a fome, a
pobreza extrema nem passa perto.
Estamos falando aqui só do ouro... e as pedras? Os diamantes, as esmeraldas....... (vou pesquisar
ainda sobre isso..)
É.. vou aproveitar o feriado para refletir.... já que indignação não vai resolver mesmo...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

ET DE VARGINHA

É MOLE??
Não sei se o ET apareceu... Mas dizem " que é acontecido" ....
Então, pelo sim, pelo não, e pela enorme repercursão dada ao caso, noticiado inclusive pela BBC de Londres, dentre outros canais, o mineirinho fica na espreita... como diz Fernando Sabino, vende queijo e compra banco... pois o ET virou peça de marketing da Prefeitura de Varginha.. Os pontos de ônibus imitam naves, nos postes... naves... na praça, um ET enorme.
É só chegar em Varginha , você verá que o ET existe, pelo menos há memoriais para ele lá.
Se quiser sorrir, sorria! Eu dou risada...

Transcrevo aqui a seqüência dos Contatos imediatos em Varginha...
Testemunhas contam o que viram no dia 20 de janeiro de 1996



1h da manhã - Numa fazenda a 10 km da cidade, o caseiro Eurico de Freitas e sua mulher acordam com o gado correndo no pasto de um lado para o outro


Pela janela, eles enxergam um objeto cinza com o formato de um submarino, do tamanho de um microônibus, sobrevoando o pasto bem devagar. O Ovni não faz barulho, está a cerca de cinco metros de altura, solta uma fumaça branca e não tem nenhum brilho


15h30 - Num bairro na periferia de Varginha (MG), a empregada doméstica Kátia Xavier e duas amigas atravessam um terreno baldio e observam um ser agachado no mato. O ET tem olhos vermelhos e pele marrom
... E a versão dos Ufólogos
Eles dizem ter ouvido 14 testemunhas para reconstituir a captura do ET pelos militares



20 de janeiro - 10h30 - Quatro bombeiros teriam capturado o ET com uma rede e o levado em uma caixa de madeira, coberta com um pano branco, para a Escola de Sargento das Armas (ESA), em Três Corações (MG)


21 de janeiro - Uma criatura estranha teria sido examinada no Hospital Regional de Varginha sob vigilância militar. No dia seguinte, o ET teria sido levado ao Hospital Humanitas para novos exames e à tarde voltado para a Escola de Sargento das Armas (ESA)


23 de janeiro - 4h da manhã - Caminhõs do Exército teriam levado o ET já morto para a Escola de Cadetes e depois para a Unicamp, onde ele seria reexaminado

domingo, 9 de setembro de 2007

Vida Boa

Victor & Leo -
Vida Boa
Moro num lugar
Numa casinha inocente do sertão
De fogo baixo aceso no fogão
Fogão à lenha ia
Tenho tudo aqui
Umas vaquinha leiteira, um burro bão
Uma baixada, ribeira e um violão
E umas galinhas.. ia
Tenho no quintal
Uns pés de fruta e de flor
E no meu peito por amor
Plantei alguém, plantei alguém
Que vida boa ou ou ou
Que vida boa
Sapo caiu na lagoa
Sou eu no caminho do meu sertão
(refrão)
Vez e outra vou
Na venda do vilarejo pra comprar
Sal grosso, cravo e outras coisas que fartá
Marvada pinga ia
Pego meu burrão
Faço na estrada poeira levantar
Qualquer tristeza que for naõ vai passar
No mata-burro ai ia
Galopando vou
Depois da curva tem alguém
Que chamo sempre de meu bem
A me esperar, a me esperar
(refrão)

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Dicionário de Mineirês

Não vou nem tecer comentário... apenas dizer, como minha filha Thaís : A-D-O-R-O!!!!!!

ARREDA v.i. 1. Verbo na forma imperativa, semelhante a sair, deslocar-se: Arreda pra lá, sô!
BELZONT
s.p. 1. Capital de Minas Gerais.
BERABA e BERLANDIA s.p. 1. Cidades famosas do Triângulo Mineiro.
COFÓFÔ EU VÔ p.q.p. 1. Conforme for, eu vou.
DEUSDE prep. 1. Desde: Eu sou magrilim deusde que eu era muleque!
ÉMEZZZ? adj. 1. Minerin querendo confirmação.
ESPIA s.p. 1. Nome da popular revista VEJA quando chega na distante e pequena cidade do minerin.
ESTAÇÃ s.m. 1. Onde desembarcam os minerin com suas malas cheias de queijo.
IMMM v.t.i. 1. Forma diminutiva: Piquininimm, lugarzimm, bolimm, vistidimm, sapatimm etc...
.INTORNÁ g.g. 1. Quando não cabe na vasilha. 2. Derramar.
JIGIFORA p.d.s. 1. Cidade mineira próxima ao Estado do Rio de Janeiro, o que confunde a cabeça do minerin que não sabe se é minerin ou carioca.
KINEM k.b.lo 1. Advérbio de comparação - igual: Ela saiu bunita kinem a mãe.
MA QUI BELEEEZZZ p.d.t. 1. Expressão que exprime aprovação; quando gostou de alguma coisa.
MAGRILIM p.d.v. 1. Indivíduo muito magro.
MINERIN p.lé 1. Típico habitante das Minas Gerais.
NIGUCIM p.ludo 1. Qualquer coisa que o minerin acha pequeno.
NNN p.o.p. 1. Gerúndio do minerês: Brincannno, corrennno, innno, vinnno.
NUÉMERMO? z.bra. 1. Minerim procurando concordância com suas idéias.
NUM... NÃO ã.h. 1. Advérbios de negação usados na mesma frase: Num vô não. Num quero não. Num gosto não.
OIÓ TÓ x.x. 1. Olha aí, ó, toma...
ÓIQUI a.b.c. 1. Minerin tentando chamar a atenção para alguma coisa.
PÃO DJI QUEJ k.h. 1. Alimento fundamental na mesa mineira, disputa com o TUTU a preferência dos minerin.
PÓPÔPÓ? h.xá 1. A mineira perguntando ao marido se pode por o pó (ao fazer café).
PÓPÔPOQUIN o.d.d. 1. Resposta afirmativa do marido.
TREM s.b.p. 1. Palavra que nada tem a ver com transporte e que quer dizer qualquer coisa que o minerin quiser: Já lavô us trem? Eu comi uns trem. Vamo lá tomar uns trem?
TRIANGO MINER-RO m.p.b. 1. Triângulo Mineiro.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Paiolinho

PAIOLINHO

Paiolinho está situado no Sul de Minas Gerais . Distrito de Poço Fundo. Terra faceira...produz a cachaça "Roseira" ,
tradicional na região.
Também tem os mais lindos crochês que já vi.... Encantandores.
Tem a Cachoeira dos Pires, cercada pelos montes mineiros.
E o que tem de melhor... o povo acolhedor, simples , que dá valor ao essencial. Nada de frivolidades. É a vida
do campo, cheia de rituais : o café quentinho no bule, aguardando na chapa do fogão a lenha... O pão de queijo
delicioso, o leite espumante!!!! Que isso ! Cheiro do mato, cheiro de quitanda assando no forno, cheiro de Minas!!!
Mas quanta mineiridade... Nada de atropelos, de corre-corre. A vida vai sendo conduzida na mais perfeita harmonia
de tempo e espaço. Nada de conjecturas, suposições, pois a vida é um mistério mesmo....

domingo, 2 de setembro de 2007

SERRA DO CARAÇA - MINAS.....

“Só o Caraça paga toda a viagem a Minas.”
D. Pedro II, 1881

Estive na Serra do Caraça neste final de Semana . É uma emoção única, indescritível. A Natureza é prodigiosa em Minas Gerais. Não sei se é a altitude, as elevações moldadas com a precisão divina... só sei que estar em um lugar como o Caraça é um momento reflexivo. É sentir-se mais perto do Criador . São as coisas de Minas, já envoltas em meu coração e que me remetem a sentimentos de valorização de cada inspiração e expiração dos meus dias!
Sou feliz em Minas !!!

O Caraça é assim... deleitem-se!!!!!!!:
O Parque Nacional do Caraça, localizado na Serra do Espinhaço, no município de Catas Altas, que já foi colégio e seminário, hoje abriga a Hospedaria do Caraça, além de manter todo seu entorno natural, transformado em Reserva Particular de Patrimônio Natural, através do Decreto 98.914, de 31/01/1990, garantindo que esse santuário ecológico não venha sofrer futuros danos.
O santuário é mais um local especial de observação do rico patrimônio do Brasil, com seus rios, cascatas, matas, grutas e riachos, escondido entre as montanhas que compõem a típica paisagem da região que um dia serviu de passagem a muitos bandeirantes na época do ciclo do ouro no Brasil, durante o século XVIII.
Não só o Caraça, como toda a região de Catas Altas serviu de inspiração para muitos pintores viajantes, como foi o caso de Johann Moritz Rugendas, que esteve em Minas Gerais, em 1824, registrando a paisagem local no século XIX. Outra obra de arte, de autoria anônima, que retrata a beleza do Colégio do Caraça também no século XIX, faz parte do acervo do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. Vê-se, assim, que a paisagem possibilita, aos atuais visitantes, um real resgate do passado, ao sentirem a mesma fascinação causada aos desbravadores do século XVIII e XIX que se dirigiam a esse paraíso ambiental em suas expedições.
Tendo noção da importância do Caraça em nossa história, o Revista Museu convidou a jornalista Cláudia Soares para expor aos leitores um outra visão de sua recente viagem, feita a essa enigmática região, onde ela dá especial destaque à flora e fauna, sobretudo ao famoso lobo-guará, sem deixar de relatar o encantamento que é proporcionado por um passeio ecológico e cultural no Brasil.
Venha conosco conhecer um pouco mais sobre esse paraíso ecológico brasileiro.
A LENDA DO SANTUÁRIO
A vida do fundador do Caraça está envolta em lendas e mistérios. A lenda, conhecida em Minas, diz que o português Carlos Mendonça pertencia à família Távora.
Sendo Portugal, no século XVIII, um estado absolutista, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, acreditava que os jesuítas representavam uma séria ameaça à nobreza dominante da época, passando, então, a perseguí-los impiedosamente.
No ano de 1758, quando o Rei D. José foi vítima de um atentado, a suspeita recaiu sobre os Távoras, levando o Marquês de Pombal a castigar a família, queimando onze de seus membros em praça pública. Um deles, queimado em efígie, seria o jovem Carlos Mendonça Távora, que conseguiu fugir em um navio para o Brasil, escondendo sua origem sob um hábito religioso franciscano e utilizando o nome de Irmão Lourenço.
Ao chegar a Minas Gerais, encontrou uma região isolada e protegida por montanhas. Numa delas era possível enxergar os contornos do rosto de um gigante, batizado de Serra do Caraça.
Encantado pelo lugar, o Irmão Lourenço se estabeleceu na região e fundou, em 1774, a Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Assim, nascia o Santuário do Caraça, que se constitui em um rico patrimônio religioso, artístico e ecológico, localizado a 100 quilômetros de Belo Horizonte.
A PAIXÃO DA FAMÍLIA IMPERIAL
D. Pedro I, assim como seu pai, D. João VI, tinha um grande carinho pelo Caraça. Tendo que assinar uma lei – contra os frades e padres estrangeiros - , ele defendeu os amigos de seu pai e conferiu, em 1824, o título de Imperial à Casa do Caraça. No dia 16 de fevereiro de 1831, acompanhado da Imperatriz D. Amélia, foi visitar a Serra. No dia 7 de abril deste mesmo ano, assinava a abdicação e voltava para Portugal.
Como o pai, D. Pedro II visitou o Caraça em 1881, com a Imperatriz D. Teresa Cristina. Durante um passeio, na ladeira das sampaias, Sua Majestade escorregou em uma pedra batendo os assentos reais. Ainda hoje está registrado o tombo, onde podem ser vistas, gravadas na pedra, a data e as armas reais.
A admiração de D. Pedro II foi à primeira vista: “Não posso descrever tanta beleza!”... “passei por uma das mais belas cascatas que conheço... Admirei as montanhas, entre as quais a chamada Carapuça”.
A CONSTRUÇÃO E O ACERVO HISTÓRICO
A antiga ermida é hoje uma igreja em estilo neogótico, que teve sua construção iniciada em 1876 e consagrada em 1883. Seu arquiteto foi o Pe. Jules Clavelin, que era o diretor do Colégio e do Seminário e viu que na igrejinha não cabiam os 400 alunos.
O santuário sediou um seminário e um colégio interno, que funcionou durante 150 anos. O colégio foi aberto oficialmente no começo de 1821, e manteve suas atividades até 1968. Por lá passaram mais de 10 mil alunos, entre eles: 500 sacerdotes, 21 bispos e 120 deputados ou senadores por Minas Gerais, e 28 altos postos do Governo do País ou dos Estados, destacando-se Afonso Pena e Artur Bernardes, ex-presidentes do Brasil.
No mosteiro, o visitante pode apreciar a igreja, o claustro, o calvário com túmulos, a livraria cheia de exemplares raros, as ruínas do colégio e o museu com objetos que eram usados no mosteiro décadas atrás, além do órgão e dos vitrais. Nos arredores, podem ser vistos o muro da antiga senzala e a casa das sampaias, onde dormiam as funcionárias do seminário.
Em 1828, a obra-prima conhecida como “A Ceia de Ataíde” foi comprada pelos padres lazaristas por 324$000, revelando a arte do pintor Manoel da Costa Ataíde, (1762-1837). Ainda hoje, podemos admirá-la na igreja neogótica, em perfeito estado de conservação.
Outra grande obra é o órgão construído artesanalmente pelo Padre Luis Boavida, em 1881. A madeira empregada saiu toda da Serra do Caraça e a peça contém 700 tubos e 700 notas.
O turista que entrar na igreja se surpreenderá com a beleza de seus cinco vitrais. O vitral do meio, de 5 metros de atura, que representa o Menino Jesus no Templo, foi doação de D. Pedro II. Como sinal, aos pés do Menino Deus, está gravada a Coroa Imperial, tendo abaixo o escudo do Império.
Outra doação de Sua Majestade está exposta na sala de visitas: um quadro a óleo, com o Colégio do Caraça retratado na raiz da serra, de autoria do pintor alemão Jorge Grimm, professor da Academia de Belas Artes.
Boa parte do que restou da biblioteca, após o incêndio de 1968, está muito bem protegida no mosteiro. São 25 mil volumes que contam com raridades como, por exemplo, o mais antigo livro do Caraça : História Natural, de Plinius, de 1489.
Do que sobrou do prédio incendiado, que servia aos alunos do colégio, foi feito um belíssimo museu, onde pode-se admirar objetos que pertenceram ao Irmão Lourenço, as camas de D. Pedro II e sua esposa D.Teresa Cristina, as palmatórias, o fogareiro que ocasionou o incêndio, entre outros.
O INCÊNDIO
A noite de 28 de maio de 1968 pôs fim ao tradicional colégio e seminário do Caraça.
Um aluno, que ficou até mais tarde fazendo serviços de encadernação, esqueceu ligado o fogareiro elétrico, que era usado para manter em banho-maria a lata de cola. O prédio que servia de dormitório para os alunos e o prédio da escola onde tinha a biblioteca com 30 mil livros (14 mil foram salvos), a farmácia e a enfermaria, foram destruídos pelo fogo.
TRILHAS ECOLÓGICAS
O Parque Natural do Caraça é um bem-sucedido exemplo de como é possível manter, no Brasil, reservas privadas para a exploração do ecoturismo. Esse parque oferece as trilhas de mountain biking, trekking e off-road mais bonitas de Minas Gerais.
Paisagem com a Serra do Caraça ao fundo
m dos trekkings mais tradicionais da região é o que conduz ao Pico do Inficionado, a 2068 metros. São 9 quilômetros que levam cerca de 4 horas para ser percorridos, só de ida. No topo do pico tem-se uma visão panorâmica de toda a região. Também o Pico da Verruginha e Campo das Antas (7 km da sede), além da cachoeira do Campo Grande, a 1 km do Pico, e o Pico do Cajerana (10 km), trekking para o Pico do Sol (9 km). Mountain biking para o Campo de Fora (6 Km) finaliza o percurso com uma cachoeira de 50 metros.
Os que preferem caminhadas mais leves devem fazer a Trilha da Cascatinha. Em menos de meia hora chega-se a 4 piscinas naturais. Já a Cascatona fica um pouco mais longe (outros 6 quilômetros de caminhada). Algumas dessas trilhas podem ser percorridas de bike. A mais tradicional é a que vai à Gruta da Bocaina. A cachoeira do mesmo nome, que fica a 6 km da sede, é lindíssima. A água dos córregos e cachoeiras têm coloração avermelhada por causa do ferro contido nelas, em decorrência das rochas de quartizito presentes no solo
Há também trilhas para o Mirante (2,5 km), com piscina natural a 500 m do local, e o Banho do Belchor ( 3 km), com poço natural para banho.
Os atrativos não se resumem apenas ao Parque do Caraça. A região, formada pelos municípios de Catas Altas, Barão de Cocais e Santa Bárbara, oferece mais de 50 trilhas.
OS LOBOS DÃO AS BOAS VINDAS
Há na região pelo menos uma família de lobos-guarás, animais ameaçados de extinção. Todos os dias, ao anoitecer, um ou dois deles se aproximam do santuário, sobem a escadaria da igreja e comem na mão de um dos padres.
É um ritual. Basta sentar-se na varanda em frente à igreja, comendo pipoca e bebendo um chá caseiro oferecido pelos padres, e esperar, com as máquinas fotográficas em punho.
O hábito surgiu há algumas décadas quando para evitar que os lobos atacassem o galinheiro, um dos padres passou a deixar pedaços de carne para eles, que se acostumaram com a mordomia e acabaram não se importando com a presença das pessoas que assistiam seu “jantar” . Os primeiros lobos morreram de velhice e hoje são seus filhotes já adultos, às vezes levam a sua prole.
Os lobos não são os únicos animais que freqüentam o parque. Por volta das 6 horas da manhã, aves como mutuns, jacus, gaviões e papagaios reúnem-se, para o êxtase dos visitantes. No mesmo horário, macacos fazem algazarra no Tanque Grande. Jaguatiricas, quatis, tamanduá-bandeira, sagüis, tucanos e saracuras também fazem parte da rica fauna.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

TERNO DE CONGO!

Machado, agosto/2007 - Festa de são Benedito
Gente, que coisa bonita os ternos de Congo alegrando a cidade! Ritmo, cores. Fiz questão de observar de pertinho um terno que chegava junto à Igreja de São Benedito. As batidas entoavam um clamor. O clamor das dores vividas num país que adotou a escravidão. Um clamor que ainda hoje pode ser ouvido, quando temos a pseudo-integração dos negros em nossa sociedade, quando percebemos que as oportunidades não são eqüanimes. É assim que penso...gosto do Congo... é um choro entoado... um lamento, uma dor . É a manifestação de uma raça que constrói nosso país. E nada mais lindo que ver e ouvir um Congo!!!
Transcrevo uma publicação que nos remete aos tempos da escravidão, contando um pouco desta secular tradição brasileira:

O congo chegou ao Brasil através dos escravos trazidos da África. Na época da escravatura, fato público, a Igreja Católica, através de seus clérigos, pregavam aos senhores de escravos que os negros não tinham alma, portanto, não podiam freqüentar a Igreja.
Os negros, após serem excomungados da igreja, passaram a realizar, diariamente, rituais religiosos nas senzalas. Os escravos mais velhos acreditavam que, através destes rituais, podia-se manter contato espiritual com os escravos que haviam falecido após tentar fugir.

Não era todas as noites que os negros faziam uso de tambores, mas tão somente quando os senhores de escravos davam animais (porcos, resto de bovinos, galinhas, etc), momento em que se retirava as peles para confeccionar os respectivos instrumentos. Importante ressaltar que o barulho produzido (canto, tambores) tinha que ser abafado para que os Senhores de Escravos não escutassem, pois se tal ocorresse os negros eram açoitados, às vezes até a morte.
Os Senhores de Escravos se com portavam desta maneira frente ao ritual dos negros por que a igreja taxava tais rituais como demoníacos, embasando-se na tese de que, frisa-se, negros não teriam alma.

A título de ilustração, nestes rituais é que se originou a tradicional FEIJOADA, posto que após retirarem a pele dos animais, sendo a maioria porcos, os negros cozinhavam a carne junto com feijão, acrescidos de temperos por eles produzidos.
Em meio a estes rituais foram criadas muitas cantigas de congo, canções essas que expressavam a saudade dos que partiram, dos amigos e parentes separados após desembarcarem no Brasil ou por terem sido vendidos e da terra mãe (África).
Cumpre salientar que o termo MACUMBA, muito usado para designar ritual satânico, nada mais é do que um samba, uma cantiga cantada pelos negros para comemorar.

No que pertine aos postos ocupados e suas funções dentro dos congos, passa-se a expô-las: o primeiro posto são os caxero (congadeiro encarregado de tocar as caixas) denominados de CAPITÃO DE GUIA (são os responsáveis pela condução dos congos). O segundo posto são os PÉ DE GUIA (encarregados de repassar as cantigas e as coreografias para quem está atrás), as quais são as pessoas que se posicionam atrás dos capitães de guia; o terceiro posto é os dos SOLDADOS (são encarregados de responder às cantigas do capitão), que se posicionam atrás dos pé de guia.

Os ternos ficam dispostos em duas fileiras, tendo à frente os capitães, e no meio encontramos a RAINHA, a qual tem por função segurar a bandeira. Convém lembrar que a rainha, por simbolizar a virgem Maria em meio aos apóstolos, tem, obrigatoriamente, ser solteira e virgem, simbolizando a pureza da mãe de Jesus. Ao lado da rainha pode-se ver algumas mulheres ou crianças, as quais são chamadas de DAMA DE COMPANHIA OU MADRINHA DE FEITÃO.
À frente do congo, empunhados com uma espécie de bastão ou cajado, encontramos os CAPITÃES DE CONGO, que são os reponsáveis de inciar as cantigas do congo, bem como informar aos Pé de Guia o ritmo das cantigas. Lembra-se que o ritmo é dito por intermédio de apitos, como por exemplo um silvo longo representa uma batida (denominado pelos terno de Primeira Marcha), dois silvos longos com intervalo significa que a marcha tem que ser dobrada, dois silvos breves com intervalos significa um rojão.
Um outro posto encontrado nos congos é o de DUQUE. Dentro do mesmo congo existem várias gerações, sendo que os mais velhos, que tem pó incumbência ensinar os mais novos, denominados de GENERAL. O DUQUE seria o pai ou mãe de um general. Melhor explicando: se dentro de um mesmo congo existe um pai de noventa anos de idade e o filho de setenta, por exemplo, o pai é denominado de DUQUE, e o filho de GENERAL.

Uma das coisas que mais chama a atenção nestas festas de congados são as cores das roupas utilizadas pelos festeiros. As cores são escolhidas de acordo com o santo escolhido pelo terno, uma vez que essas cores é quem vai identificar cada terno.

As cantigas são outro chamariz dos congos. Existem cantigas que remotam da época das senzalas. Quando o congo se reúne no quartel (termo utilizado para denominar residência) antes de sair para a rua, se canta um cantiga saudando a rainha e a bandeira. Canta-se, também, ainda dentro do quartel, uma cantiga para saudar os antepassados, pedindo permissão para o terno sair para a rua.

Após arma-se o terno na rua, cantando despedindo-se para a Guerra (termo utilizado pelos congadeiros para designar a foliar, o intinerário realizado na cidade).
Transcreve-se alguns trechos de cantigas:
Canção usada para pedir proteção para os antepassados:
"Vou penerar no mar Vou navegar no marNão sei o que vou encontrar"
Canção agradecendo por ter tudo transcorrido muito bem:

"Lá invém rompendo aurora o diaLá invém rompendo o dia ó MariaChegô o vencedô da guerra e o sol raio ditráis da serra"

ENIGMA

É....falar de Minas é mesmo um trem danado sô.... Nada mais enigmático que Minas e os mineiros. E ninguém melhor que Fernando Sabino para desvendar esse enigma....




Minas Enigma
Fernando Sabino
Minas além do som, Minas Gerais(Carlos Drummond de Andrade)
Se sou mineiro? Bem, é conforme, dona. (Sei lá por que ela está perguntando?) Sou de Belzonte, uai.Tudo é conforme. Basta nascer em Minas para ser mineiro? Que diabo é ser mineiro, afinal? Inglês misturado com oriental? É fumar cigarro de palha, como o poeta Emílio, de Dores do Indaiá? Autran fuma cachimbo. Tem até quem fume cigarro americano. (No bairro do Calafate havia uma fábrica de "Camel".) Em suma: ser mineiro é esperar pela cor da fumaça. É dormir no chão para não cair da cama. É plantar verde pra colher maduro. É não meter a mão em cumbuca. Não dar passo maior que as pernas. Não amarrar cachorro com lingüiça.Porque mineiro não prega prego sem estopa. Mineiro não dá ponto sem nó. Mineiro não perde trem.Mas compra bonde.Compra. E vende pra paulista.Evém mineiro. Ele não olha: espia. Não presta atenção: vigia só. Não conversa: confabula. Não combina: conspira. Não se vinga: espera. Faz parte do decálogo, que alguém já elaborou. E não enlouquece: piora. Ou declara, conforme manda a delicadeza. No mais, é confiar desconfiando. Dois é bom, três é comício. Devagar que eu tenho pressa.Apólogo mineiro: o boi velho e o boi jovem, no alto do morro — lá embaixo uma porção de vacas pastando. O boizinho, incontido:— Vamos descer correndo, correndo e pegar umas dez?E o boizão, tranqüilamente:— Não: vamos descer devagar, e pegar todas.Mais vale um pássaro na mão. A Academia Mineira, há tempos, pagava um jeton ridículo: duzentos cruzeiros — antigos, é lógico. Um dos imortais, indignado, discursava o seu protesto:— Precisamos dar um jeito nisso! Duzentos cruzeiros é uma vergonha! Ou quinhentos cruzeiros, ou nada!Ao que um colega prudentemente aparteou:— Pera lá: ou quinhentos cruzeiros, ou duzentos mesmo.
Quem nasce em Três Corações é tricordiano — haja vista Pelé. Quem nasce em Barbacena tem de escolher a Maternidade: ou é do Zezinho ou do Bias. E a Manchester Mineira, terra do Murilo Mendes? O poeta Nava foi-se embora: "parabéns a Pedro Nava, parabéns a Juiz de Fora". Itabira, calçada de ferro: não aceitou chamar-se Presidente Vargas, continuou digna do itabirano Carlos. E Ouro Preto continua digna de ser vista: ali é a casa do Rodrigo; Renato de Lima, ex-delegado e pianista amador, pintando junto à Casa dos Contos. Afonso é de Paracatu. Em Sabará nasceram Lúcia e Aníbal, além de outros ilustres Machados. Alphonsus, o solitário de Mariana. Os profetas de Congonhas. A cidade de Tiradentes — o que não tinha barbas. O Aleijadinho não tinha mãos. São João del Rei, onde nasceu Otto, o que morrerá batendo papo. Solidário só no câncer? Absolutamente, dona: nas virtudes também, uai. Haja vista a Tradicional Família Mineira, que Deus a tenha. As estações de águas: lembrança de São Lourenço, escrito num copinho. E Lambari, terra de Henriqueta! Monte Santo tem a rua mais iluminada do mundo. E uma ambulância com sirene, que seu filho Castejon arranjou. Itaúna fica num quarto andar do Leblon, no apartamento de Marco Aurélio, o bom. Jeremias, outro bom, mineiro como Ziraldo. Os bonecos de Borjalo só ganharam boca depois que começaram a falar. Mineiro por todo lado! O poeta Pellegrino, como psiquiatra, tem garantida uma numerosa clientela. Amílcar modela Minas em arame. Paulo encontrou Minas depois que saiu de lá. João Leite levou-a para São Paulo, Alphonsus para Brasília, Guilhermino para o Sul. João Camilo ficou. Etiene voltou. Paulo Lima voltou. Iglezias voltou. Jaques voltou.Figueiró continua, Rubião recomeçou.Um Estado de nariz imenso, um estado de espírito: um jeito de ser. Manhoso, ladino, cauteloso, desconfiado — prudência e capitalização.O guarda-chuva da proteção financeira, não como lema do Banco do Magalhães mais o Zé Luís, e sim como regra de conduta:— Meu filho, ouça bem o seu pai: se sair à rua, leve o guarda-chuva, mas não leve dinheiro. Se levar, não entre em lugar nenhum. Se entrar, não faça despesas. Se fizer, não puxe a carteira. Se puxar, não pague. Se pagar, pague somente a sua.Mas todos os princípios se desmoronam diante de um lombo de porco com rodelas de limão, tutu de feijão com torresmos, lingüiça frita com farofa. De sobremesa, goiabada cascão com queijo palmira. Depois, cafezinho requentado com requeijão. Aceita um pão de queijo? biscoito polvilho? brevidade? ou quem sabe uma broinha de fubá? Não, dona, obrigado. As quitandas me apertencem, mas prefiro bolinho de januária, e pronto: estou sastifeito...É a hora e a vez de Guimarães Rosa sorrir e dizer pra cumpadre meu Quelemén: perigoso nada, mira e veja, nas Gerais, essas coisas...Falar de Minas, trem danado, sô. É falar no mundo misterioso de Lúcio Cardoso, Cornélio Pena ou Rosário Fusco, no mundo irônico, esquivo ou pitoresco de Cyro dos Anjos, Oswaldo Alves, Mário Palmério, seus romancistas. E num mundo de gente, seus personagens, que vão de Antônio Carlos a Milton Campos, de Bernardes a Juscelino — vasto mundo! ah, se eu me chamasse Raimundo. Dentro de mim uma corrente de nomes e evocações antigas, fluindo como o Rio das Velhas no seu leito de pedras, entre cidades imemoriais. Leopoldina, doce de manga, terra de meus pais... Prefiro estancá-las no tempo, a exaurir-me em impressões arrancadas aos pedaços, e que aos poucos descobririam o que resta de precioso em mim — o mistério da minha terra, desafiando-me como a esfinge com o seu enigma: decifra-me , ou devoro-te.Prefiro ser devorado.
Texto extraído do livro "A Inglesa Deslumbrada", Editora Record - Rio de Janeiro, 1967, pág. 71. Com esse texto, sugerido pela amiga Cláudia, homenageamos o autor na passagem dos seus 80 anos de vida.
Tudo sobre Fernando Sabino em "Biografias".

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Encontrei um artigo sobre nossa fala mineira na web.(Noções de Mineirês para "estrangeiros").São mesmo noções. A realidade só nós mineiros podemos descrever.... O falar mineiro é muito mais que engolir palavras, falar uai, trem , sô, etc.... É um dialeto. No século XIX , Minas não tinha mais o cobiçado ouro e ficou esquecida , rodeada de montanhas ... E sem contato com a população dos grandes centros, desenvolvemos um dialeto, o Dialeto Mineiro. Simples, repleto de entonações , emoções e deliciosamente manso. Então, é assim que o Brasil nos ouve:

Noções de Mineirês para "estrangeiros".http://www.agostinhorosa.com.br/mineires.html
Apesar de ter fama de fala-mansa, o bom mineiro costumar "engolir" uma parte das palavras, principalmente as últimas sílabas. Por exemplo, veja a seguinte frase traduzida para o mineirês:
- Mineiro engole metade das palavras.
- Minerr engol metádaspalavra.
engol pronuncia-se como se se fosse falar goleiro, mas parando-se bruscamente antes de se pronunciar o "e". - "Uai" é indispensável. Uai significa nada e tudo ao mesmo tempo. Tudo depende do contexto e da entonação.
"Mas comus mineir gosta de falá, uai é uai, uai...." - Para se admirar ou aprovar alguma coisa solte um sonoro:
"Mai qui belêzz!" - Para pedir uma confirmação pergunte:
"Émêss?"
Significa: É mesmo? - Para pedir que alguém concorde com você, dispare um:
"Némêzz?"
Significa: Não é mesmo? - Para reforçar qualquer expressão, use "Dimái da conta".
"Issé bão dimái da conta!" - Em conversas informais, principalmente em bares, comece todas as frases por "Rapái". Com um pouco mais de entonação, pode servir para indicar uma exclamação: "Rapáááíiii !!!!".- Use sempre "i" no lugar de "e". Exemplos:
menino
minino
especial
ispecial
eu e ela
eu i ela
vestido
vistido- Para chamar a atenção para você mesmo, diga:
"óiquió."
Significa: Olhe aqui. - Para chamar a atenção para outra coisa, diga: "óiquió" e aponte o dedo para a coisa.- Na falta de vocabulário específico para qualquer objeto, utilize a palavra "trem", que serve prá tudo, exceto prá definir transporte ferroviário.- Embora se diga que mineirr chama trem de coisa, isso é só em piadas. Se você disser que vai sair prá pegar a coisa, certamente será mal interpretado. Trem é trem-de-ferro.- "Onzz" não é número, é o meio de transporte coletivo rodoviário.
"Ói, lá vem o onzz da seis!" - Se você não sabe onde está e nem prá onde vai, pergunte:
"Oncotô?"
Significa: Onde é que eu estou?
"Proncovô?"
Significa: Prá onde eu vou?
"Pron nóisvai?"
Significa: Prá onde nós vamos? - Use sempre o sufixo diminutivo "in". Exemplo:
pequeno
piquininin
lugar
lugarzin
mineiro
mineirim
pouco
pôquím
coisa pequena
trenzim- A exceção é a palavra coisa. Coisinha pode ser interpretada como boiola, em alguns lugares.- Se estiver com fome, peça "cafezin cum pão dji queijj".- Prá ajudar a fazer café, primeiro pergunte:
"Pópoupó"?.
Significa: Posso por o pó [de café]?
Se responderem "pópô", é afirmativo.Se achar pouco, ou que o café ficou ralo, pergunte:
"Pópô mapoquim dipó"?
Significa: Posso por mais um pouco de pó? - Se você for convidado prá "tomá um cafezin laimcáss" (Tomar um cafezinho lá em casa), mas não estiver certo se poderá ir, diga simplesmente:
"Confófô eu vô."
Significa: Se der, eu irei. - Se algo o impedir de ir, explique:
"Eu tenquifazê uns negocim hojj." - Se não souber de alguma coisa, seja enfático, duplicando a negação:
"Num sei não." - Para avisar que você está indo para o banho, diga preguiçosamente:
"Máaabaaainnnn." - Para ofender alguém, diga:
"Máabainn na soda!"
Significa: Vá tomar banho na soda! (não é refrigerante, é NaOH mêsss...) - Para ofender mais severamente, diga:
"Cêbêsta sô!"
Significa: Você é uma besta! - Se alguém lhe pedir ajuda "pá redá uns trem", prepare-se prá fazer força. "Redá" é o mesmo que "rastá", ou tirar alguma coisa do lugar. Exemplo:
"Júda redá ess trem quió." - Ao terminar uma frase, conclua com a palavra "Sô"; ou "Sá" se estiver falando com uma mulher.Fala de mineirim é assim mêsss. Máêtapovimbão, sô.

MAYSA

MAYSA

Páginas

Powered By Blogger

Pesquisar este blog

MyPersonality.info Badge

Click to view my Personality Profile page

Mineiro nunca é o que parece, sobretudo quando parece o que é...(Millor Fernades)

PÃO DE QUEIJO

PÃO DE QUEIJO
só se for de Minas

JOÃO DE GUIMARÃES ROSA

JOÃO DE GUIMARÃES ROSA
nos sertões....

ÁGUAS DE CONTENDAS

ÁGUAS DE CONTENDAS
água gasosa na fonte....

Queijo Minas!!!

Queijo Minas!!!
Quêjo prus minêro é qui nem arroiz pro japonêis.

as "minas" de MINAS

as "minas" de MINAS
" ouro parecia brotar em todo lugar. Sabarabuçu, Cataguás ou Cataguases, Caeté, do Rio das Mortes, Itambé, Itabira, Ouro Preto..."

Serra da Canastra MG

Serra da Canastra MG

CACHOEIRA DOS PIRES- PAIOLINHO

CACHOEIRA DOS PIRES- PAIOLINHO
Powered By Blogger

"...na noite, ao longe apita o trem de Minas

"...na noite, ao longe apita o trem de Minas

Montanhas de Minas....

Montanhas de Minas....
Fiquei com saudade de um mundo que perdi (por culpa própria): o mundo do tempo comprido, arrastado (os paulistas ficam aflitos ouvindo a fala vagarosa e cantada dos mineiros....); dos móveis feitos a golpes de enxó, orgulhosos de sua rusticidade; das crianças de pés descalços na enxurrada; do cheiro dos cavalos suados; do frango com quiabo, angu e pimenta; do caldo de “ora-pro-nobis” com fubá; do café na canequinha de folha; da cadeira de vime à porta de casa; na rua, meninada brincando; meu pai fumando cachimbo; do banho de cachoeira; sobretudo, saudades do Mar de Minas.

Minas

Minas
"Minas, são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais".

SempreMinas

Minha foto
Brazil
ainda não me sinto apta a descrever-me em 1200 caracteres

SANTUÁRIO CARAÇA

SANTUÁRIO CARAÇA
Oh! Minas...

SERRA DO CARAÇA

SERRA DO CARAÇA
"Minas Gerais principia de dentro para fora e do céu para o chão."

Mantiqueira

Mantiqueira
"Quando Minas se enfraquece, o Brasil definha. Minas é a união, é a liga inquebrantável que une as fissuras dos Brasis: o do norte, sertão agreste, e o do sul. Minas não tem mar porque o mar é salgado. Minas é doce. Suas águas são as águas da unidade nacional.”